26/01/15

Pro-Conhecer:
Carine Zanatta

1) Gostas do teu nome, sentes-te bem com a tua idade e de onde vens?
Sim, gosto do meu nome.
Embora, "Carine Zanatta" seja uma abreviação de todos os nomes e sobrenomes que carrego, ao todo são 6, o que me faz lembrar daqueles nomes de família de 3 ou 4 séculos atrás, em que eram necessários 15 minutos para uma pessoa apresentar-se (risos).

Brincadeiras á parte, gosto do meu nome pois, foi o nome que a minha mãe escolheu para eu carregar por toda a minha vida e só isso faz com que seja especial.

A idade é sempre uma questão que põe-nos a pensar, ou porque somos novas demais, ou porque estamos a criar rugas, ou por motivos que momentaneamente desconhecemos, mas que mais tarde saberemos compreender e aceitar. De momento estou numa fase em que estou longe dos 20 e aproximo-me lentamente dos 30.
Isso assusta-me, talvez porque tenha começado a vida adulta muito cedo e a minha cabeça seja mais velha do que o meu corpo. Tem dias (é de rir) que acordo de manhã e vejo rugas onde não existem, é meio paranoico, mas é verdade! 
Entretanto, tenho começado a habituar-me com a ideia de que a idade nada mais é do que uma definição para tempo e espaço, ou seja, o tempo que passamos na terra e o espaço que criamos para os que virão a seguir, e isso acalma-me, saber que é uma passagem e que haverá continuidade. 
O "de onde vens" normalmente é mais fácil de explicar e entender do que o "para onde vais", no meu caso não foi bem assim, por mais que convivesse com pessoas de boa índole e bem educadas, sentia que era diferente, mas como é óbvio não sabia explicar o facto de com 7 ou 8 anos, de idade gostar de musica clássica enquanto todos os meus colegas ouviam as musicas infantojuvenil da época.

Na realidade sempre imaginei para onde queria ir, o que queria ser, ter, fazer, acho até que fui construindo e fomentando essas decisões entre os 10 e os 13 anos. Ok, era muito nova? Sim, sem dúvida, e obviamente que muitas dessas decisões me trouxeram consequências, mas sem elas eu não seria eu, seria outra pessoa, com outra história!

Hoje com mais maturidade consigo compreender porque era diferente e principalmente de onde vim, mas mesmo assim continuo a pensar muito mais em para onde quero ir a seguir.

2) Profissão
É tudo para mim! È daquelas coisas que ninguém pode "tocar" sem ser autorizado. 
Não consigo imaginar-me a fazer outra coisa, e espero ter bastante tempo, principalmente o tempo que o mercado aceitar-me. Felizmente hoje essa é uma rega alargada, ou seja, não existe um tempo definido, enquanto os 3 factores principais que são; corpo, mente e mercado estiverem bem, tudo vai fluindo.
Temos modelos que trabalham até aos 60 anos como a modelo norte-americana Christie Brinkle.

3) Qual o acontecimento mais especial da tua vida?
Foi ter tido coragem de nunca desistir, mesmo nos momentos mais difíceis, tanto profissionais quanto pessoais.
Uma carreira de sucesso não representa apenas ir a festas e eventos, pedir opinião sobre que roupa vestir. Pode ser isso também, mas isso em meio a todo o resto é pequeno, vulgar, qualquer assistente pessoal pode fazer.
Sair de casa cedo para "cair" numa carreira de manequim, sim, porque é isso que acontece, achamos que sabemos onde estamos a entrar só que não, vamos aprendendo com o tempo o que representa tudo isso e é preciso muita coragem, principalmente por estar sozinha, aprender a guardar os medos e as alegrias, aprender a "distanciar" as pessoas, por não saber o que querem a partida, isso tudo é algo que mexe com a cabeça de qualquer pessoa, imagina com a de uma adolescente que em um dia brinca de boneca e no outro veste roupa importada e desfila para os criadores mais importante do mundo. É preciso ter coragem!

4) Tens sonhos por concretizar. Quais? 
Sempre! E quem não tem? 
O que mais desejo é chegar aos 40 anos e não precisar fazer mais nada por mim, e sim pelo próximo. 
O que quer dizer que terei conseguido tudo o que desejo e então estarei em paz para transmitir paz.

5) A tua história resumida
Nasci numa cidade do interior do Rio Grande do Sul (Brasil), chamada Cruz Alta, sou filha de pais separados sendo; uma professora e um militar do exercito brasileiro.
Sou neta de um senhor ao qual tenho muito orgulho, que foi distante, severo e acima de tudo muito trabalhador, tinha no seu particular um olhar doce. Construiu a sua independência sozinho e junto com a minha avó criou 10 filhos, aos quais nunca faltaram nada, infelizmente deixou-nos no ano passado.

Quando criança gostava de estar sozinha, brincar sozinha, pintar e ouvir musica, tinha boas notas na escola e poucos amigos.

Fui descoberta aos 11 anos por uma scouter internacional que acompanhou-me até aos 14 anos, quando mudei-me definitivamente para São Paulo, para trabalhar.

Aprendi a viver e sobreviver em um lugar que os nativos chamam de "selva de pedras", onde muito pouca coisa vinga e normalmente a maioria perde-se pelo caminho. Conheci pessoas de todos os tipos; boas, más, mais ou menos, algumas fazem parte da minha vida até hoje, outras serviram apenas para ensinar-me alguma coisa.

Viajei, conheci a cidade dos meus sonhos, Paris e outras mais, aprendi a cozinhar como disse um amigo de forma "promissora", se é verdade ou não, não sei, só experimentando para saber... (risos)

Fiz teatro, cinema e televisão, mudei-me para Portugal, porque aqui sinto-me perto de tudo e bem mais perto de mim também, sou amante das artes e fico tão feliz de saber que estou rodeada por paraísos artísticos a distancia de 2h, 3h de avião.

E agora? Agora estou de malas prontas para o novo, para o futuro tão próximo que vem por aí! Mais capítulos? Só vivendo para saber!